PLANTANDO SEMENTES: TRABALHANDO A DIVERSIDADE ATRAVÉS DA SINTROPIA

COEXISTIR, COOPERAR E CUIDAR são valores inestimáveis que devem ser estendidos à toda humanidade se quisermos construir um mundo mais justo, saudável e pacífico. Que tal vivenciar práticas que corroborem com estes valores? Embarque nessa viagem!

As atividades aqui propostas fazem parte do Projeto Hortas-Florestas desenvolvido por Felipe Pasini e Dayana Andrade nas escolas de Mértola, em Portugal. Os objetivos pretendidos com as crianças que participavam das atividades eram:

• Desenvolver suas competências práticas (habilidades manuais e técnicas de plantio agroecológicas)
• Favorecer a compreensão das dinâmicas da natureza (conhecimentos básicos de biologia e leitura de ecossistemas)
• Estimular o aprendizado sobre como coexistir e como cuidar (habilidades emocionais e sociais que envolvem a empatia, a biofilia e a noção de pertencimento)

1. De onde vem o meu alimento?

Objetivo: Esta atividade é um verdadeiro convite à apreciação da diversidade e foi desenvolvida quando identificada a prática de “bullying” entre crianças portuguesas e crianças estrangeiras de uma Escola em Portugal. Pretende-se através desta dinâmica, mostrar às crianças como a maioria de suas frutas prediletas possuem origens diversas, “nasceram” em outros países.

Material: Para realizar esta atividade você precisará de folhas de papel, lápis de cor e um mapa mundi.

Descrição da atividade: Cada criança será convidada a desenhar sua fruta predileta em um pedaço de papel. O adulto explicará que, hoje em dia, essas frutas são cultivadas em vários lugares do mundo. No entanto, sua origem está vinculada a um lugar específico. Inicialmente, determinada fruta existia somente em um lugar, até que um aventureiro a experimentou, gostou e então levou suas sementes para serem cultivadas em outros locais. O adulto convida a criança a pesquisar a origem da fruta que escolheu e lança mão de um mapa mundi para que se possa localizar com precisão de onde o alimento veio.

Segue um mapa informativo sobre a origem dos alimentos: http://www.agronegocios.eu/noticias/o-mapa-que-mostra-a-origem-dos-alimentos-que-comemos/

2. Desafio da Corda:

Objetivo: Esta atividade tem como intuito mostrar às crianças a importância do trabalho em equipe, bem como a força de um grupo heterogêneo na resolução de problemas. Elas conseguirão vencer este desafio se aprenderem a respeitar e valorizar as diferenças, trabalhando juntas na superação do obstáculo.

Material: Para realizar esta atividade você precisará de uma corda.

Descrição da atividade: Prende-se uma corda em duas árvores mais ou menos na altura da cintura das crianças. As crianças se situam em um dos lados da corda e devem passar, juntas, para o outro lado, sem tocá-la. Caso isto ocorra deverão voltar à situação inicial da brincadeira. Antes de iniciá-la poderão discutir suas estratégias para vencer o desafio. No entanto, uma vez iniciado não podem falar. Na roda de reflexão final poderão discutir suas percepções.

3. Dinâmica do Policultivo:

Objetivo: Esta atividade tem como objetivo evidenciar o poder do grupo, a resiliência do policultivo e consequente fragilidade da monocultura. Celebra, portanto, a diversidade.

Descrição da atividade: As crianças ficam em roda com os braços sobre os ombros do amigo ao lado. Elas representarão as plantas da horta. O adulto, por sua vez, falará ao ouvido de cada criança (sem que as outras escutem), a espécie que será por elas representada. Na primeira rodada as espécies são variadas. O adulto representará o agricultor que colherá alguns alimentos de sua horta. A cada colheita, a criança-planta que for por ele designada levantará uma de suas pernas. O adulto-agricultor poderá fazer várias colheitas e ressaltará que, a partir da terceira ou quarta colheita, a primeira espécie colhida já terá rebrotado, pois já se passou algum tempo. Logo, sempre haverá crianças com os dois pés no chão, compensando o desequilíbrio daquelas que estão com uma perna só. Uma nova rodada será proposta, só que desta vez, todas as crianças-plantas serão da mesma espécie. O adulto-agricultor designa então a espécie que colherá, todo o grupo levanta sua perna, se desequilibra e cai. Na roda de reflexão final, o grupo discutirá suas percepções em relação a esta dinâmica.

“Há um vilarejo ali
Onde areja um vento bom
Na varanda quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão

Terra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas cal

Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonhos semeando o mundo real
Toda a gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa”

(Vilarejo. Marisa Monte)